segunda-feira, 19 de abril de 2010

O cuidado em sua carência : o descuido

Há os que têm cuidado de menos. São os descuidados e displicentes. Normalmente não conseguem ser inteiros no que fazem. Seja porque perderam seu centro assumindo coisas demais, seja porque não colocaram todo o empenho no que fazem. As coisas aparecem mal feitas, largadas, desordenadas, confusas, caóticas; numa palavra, descuidadas. A pessoa fica impaciente e perde a calma e a serenidade.Refletíamos que o cuidado surge quando se encontra a justa medida. Este é o caminho do meio entre o modo-de-ser do trabalho como exploração e o modo-de-ser do cuidado como plasmação.Por isso o cuidado não convive nem com o excesso nem com a carência. Ele é o ponto ideal de equilíbrio entre um e outro. Tarefa humana é construir esse equilíbrio com autocontrole e moderação, mas sobretudo com a ajuda do Espiríto de vida que nunca falta porque Ele é, segundo um hino medieval cantado até hoje na liturgia de Pentecostes, " a quietude no trabalho, a frescura no calor e o consolo nas lágrimas": o equilíbrio dinâmico.
TEXTO elaborado pelas acadêmicas Arleth Petrolli e Silvana Bicca
Fonte: Leonardo Boff,Saber Cuidar,P. 161-162 1999.

Nenhum comentário:

Postar um comentário